Um destes dias, passei por uma situação digna de aparecer no espaço "Nós por cá" da SIC.
Estava eu no fim do meu dia de trabalho, já a preparar-me para mudar de roupa e voltar para casa, quando, subitamente, uma das minhas colegas que tinha acabado de sair, volta a entrar e com a maior calma do mundo diz: «Roubaram-me o carro!».
A minha primeira reacção, tendo em conta a pessoa em causa, foi dizer: «Eh pá, se calhar deixou o carro noutro sítio e não se lembra.».
Saímos todos a rua para procurar o carro, um Fiat Uno - daqueles que parece um caixão com rodas -, e nada dele.
Então resolvi ligar para a polícia porque a mulherzinha já não estava em estado de falar, uma vez que a calma subitamente deu lugar a uma enorme “pilha de nervos”, como se diz na gíria.
E é aqui que a história fica engraçada.
Ligo para o posto da GNR da zona, informo que o carro da senhora tinha sido roubado, e o agente coloca-me uma pergunta digna de aparecer no “Quem quer ser milionário”: «Então, mas levaram o carro todo?».
Como é lógico, deu-me vontade de responder ao agente alguma coisa do género: «Não, assim iam muito pesados. Deixaram aqui as rodas para irem mais leves.». Ou então: «Quer dizer, eram para levar só metade, mas como o carro estava em saldo com 50% de desconto, lá acabaram por levar tudo. Mas ainda tivemos que insistir!».
Já numa outra situação, quando assaltaram a carrinha do meu pai para roubar a carteira, eu liguei para a GNR e o agente diz-me carinhosamente: «Olhe, então traga aqui a carrinha para nós vermos isso.». Eu respondo: «Então, mas assim não podem analisar o carro, porque os vestígios e as impressões digitais que depois lá ficam serão as minhas.». Então, o agente responde de forma inteligente: «Arranje aí umas luvas para poder trazer a carrinha assim.».
Parece que já na altura a GNR andava a sentir a crise dos combustíveis.
Com polícias destes mais vale ser ladrão.
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