Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008
A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atracção, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objecto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a sua manutenção e motivação.
Para quem não sabe o que é o amor aqui fica o seu significado, mas será que hoje em dia ainda existe amor?
Claro que depende de que tipo de amor estivermos a falar, mas será que ainda faz sentido comemorar o dia dos namorados, apesar de este ser um hino ao consumismo desbravado?
Vivemos numa era onde julgo que já não me faltará ver nada. E no meu ramo acabamos por ver muitas coisas que sinceramente não me parecem muito normais.
Vejo cada vez mais casais de namorados em que a mulher se dá ao trabalho de servir o homem, e se isto ainda não fosse suficiente, ainda tem que lhe cortar a comidinha toda. Vejo mulheres a pagarem a conta do restaurante aos namorados, mulheres a serem exibidas como se de meros objectos decorativos se tratassem.
Numa era em que somos considerados pessoas cultas e evoluídas, não deveríamos saber melhor afinal o que é o amor? Aprendemos o amor nos filmes, nos livros e até nas músicas, mas será que o vemos nas nossas vidas?
Conhecemos pessoas apenas através da Internet, através de telemóvel, começamos também a utilizar a vídeo-conferência que nos permite não só falar com a pessoa mas também poder vê-la. Atingimos um ponto de tamanha hipocrisia em que basta enviar uma mensagem com o nosso nome mais o nome de outra pessoa para saber se existe alguma hipótese de amor, poupando-nos assim, pelo menos na teoria, a horas intermináveis de choro, noites sem dormir e horas de psiquiatras.
Procuramos em vão o significado de amor no dicionário, quando o deveríamos procurar na vida, nas pessoas a nossa volta.
Usamos apenas a palavra e não o sentimento que traz agarrado. Amamos objectos, animais, mas será que amamos pessoas?
Mas não será a isso que chamam de vida? O experimentar? A duvida? A incerteza? A aventura? E finalmente o prazer da conquista? Será que estamos a parar de viver?
Com tudo o que vejo hoje em dia, por vezes penso que estou a ver um filme, num qualquer cinema, à espera que o filme acabe, as luzes se acendam, a sala esvazie, eu saia calmamente, e ao chegar cá fora pare e pense para comigo: “voltei à realidade”.
Não deveria haver dias comemorativos, é tudo uma exploração comercial
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