Sábado, 23 de Fevereiro de 2008
Há dias estava sentado a tomar o pequeno-almoço, e vi um anúncio genial.
O anúncio em si pertence a uma marca de detergentes, mas apesar disso, não deixa de ser extremamente bem concebido.
Começa com um cão que esta no quintal a brincar a chuva, e vem para dentro de casa. O cão ao entrar dentro de casa sacode-se, e a sujidade vai para cima de um pequeno robô, que, com a curiosidade acaba por também sair para a rua, e sujar-se e assim se transforma num menino.
Ora, ao ver este anúncio pus-me a pensar nas diferenças entre o tempo em que eu era miúdo, e a infância que as crianças têm agora.
Hoje em dia as crianças vêm tanta televisão que eu já costumo dizer que é a televisão que cria as crianças. Sabem os nomes todos das novelas, das personagens, as musicas, etc. Até já se vestem como as personagens favoritas.
Passam horas a fio enfiados nos computadores, a jogar consola, a jogar no telemóvel, etc. Atingimos um ponto, onde um miúdo com 10 anos, já exige, e tem, um telemóvel topo de gama.
E o pior de tudo é que os pais até preferem assim. Passam horas a fio a trabalhar, em trabalhos que odeiam, e depois, para terem paz e sossego em casa, preferem terem os miúdos com a cara enfiada na televisão.
Outros dizem que é para afastar as crianças dos perigos que existem no exterior. Mas todos sabem que os problemas podem ir ter com as crianças a casa. Prova disso são os casos de pedófilos na Internet a falar com crianças em programas de chat sem qualquer protecção ou supervisão dos pais.
Tenho saudades do tempo em que para sermos felizes nos bastavam 2 pedras para fazer a baliza, e uma bola de futebol, ou até mesmo uma lata. E o campo normalmente era a estrada. Saudades do tempo em nos esfolávamos, tempo em que podíamos dizer que vivíamos.
Ainda nem sabíamos o que era um computador e também não precisávamos. Precisávamos era uns dos outros, precisávamos de um pau para fazer de pistola, de um berlinde para passar horas a fio a jogar ou talvez nem precisasse-mos de nada, porque a nossa imaginação muitas vezes chegava.
Deixem as crianças correr, saltar, gritar, partir, sujar, explorar….porque elas são isso mesmo, são crianças e não robôs.